Como acertar no recrutamento interno

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Nos últimos tempos, muitas empresas têm percebido que o recrutamento e seleção externos de profissionais podem ser uma boa alternativa para preencher vagas, mas também geram mais custos que investir em pessoas que já estão dentro da organização. O recrutamento interno aparece como uma solução para esse problema.

Em certas situações, é recomendável dar uma chance a um colaborador que deseja uma nova vaga, apostando em sua carreira e seu desenvolvimento profissional. É importante, no entanto, tomar alguns cuidados com essa decisão. Pode parecer mais fácil escolher uma pessoa que já seja empregado, mas é preciso estar atento a alguns pontos para acertar nesse modelo de recrutamento.

Para ajudar a fazer sua escolha, neste post vamos trazer dicas e explicar mais a fundo algumas características desse processo. Continue lendo para saber mais!

O que é e como funciona o recrutamento interno?

O recrutamento interno é o processo que oferece a chance para funcionários da própria empresa de mudar de setor e de carreira. Geralmente, é uma grande chance para pessoas que não estão mais interessadas em trabalhar no setor que atuam no momento ou que desejam mudar de atividade.

setor de RH e os líderes das áreas precisam estar atentos aos sinais que os colaboradores fornecem quando algo está errado em suas vidas profissionais, como:

  • baixa produtividade;
  • desmotivação;
  • falta de engajamento;
  • comunicação restrita;
  • isolamento;
  • erros recorrentes nas atividades.

Esses indícios precisam ser investigados quanto antes, pois podem acontecer com qualquer profissional. É preciso descobrir a causa para que as medidas corretas sejam aplicadas, sendo que uma dessas ações pode ser a mudança de atividade, de setor ou até de filial — cabe à liderança uma conversa sincera com o talento para que o resultado seja eficaz.

Há também os funcionários admitidos em determinada função, mas que, ao longo da carreira, iniciam um curso de graduação e gostariam de atuar na área que encontraram maior afinidade. Eles buscarão uma forma de exercer essa atividade e, se não conseguirem na empresa atual, vão procurar em outros lugares.

O recrutamento interno aparece como uma solução para todos esses cenários. Falando de seu funcionamento de modo geral, é importante destacar que há algumas mudanças quanto a um processo externo. Os profissionais continuam precisando passar por avaliações comportamentais, psicológicas e de competência, mas não haverá, por exemplo, a triagem de currículos.

É evidente que vão aparecer pontos negativos e positivos nesse modelo, por isso vamos conhecer a seguir suas principais vantagens e desvantagens.

Quais são os benefícios do recrutamento interno?

Quando o RH opta por olhar para o que há em seu capital humano, descobre grandes talentos escondidos. Dessa forma, o recrutamento interno tem algumas vantagens interessantes para as empresas, como podemos ver a seguir!

Motivar, engajar e valorizar funcionários

Além de oferecer a chance de um salário maior, o recrutamento interno mostra aos colaboradores que a empresa os valoriza e reconhece seu potencial. Esse é um ótimo jeito de motivar quem quer crescer na carreira ou mesmo mudar de área. Além disso, os funcionários que decidirem participar do processo vão querer se destacar, fortalecendo seu engajamento em suas atividades.

Incentivar o reconhecimento de todas as áreas

Como mencionado, o recrutamento interno demonstra o reconhecimento de seus profissionais. Isso abrange as diferentes áreas da empresa, pois todos têm a chance de participar, seja qual for o seu setor ou sua função atual.

Manter funcionários adaptados à cultura

Se o profissional já é contratado pela empresa, você já sabe que ele tem o fit cultural adequado, certo? Isso significa que serão evitados problemas de adaptação, que podem ocorrer no caso de novos colaboradores. Além disso, o funcionário que trocar de vaga já terá uma relação com seus colegas de trabalho, diminuindo as chances de dificuldades na integração.

Maiores chances de acertos

Assim como já se conhece o fit cultural de seus colaboradores, já se sabe da maioria de suas habilidades, seus pontos fortes e fracos. Desse modo, fica bem mais fácil identificar qual candidato se enquadra melhor na nova vaga, o que torna o processo mais ágil e acertado.

Favorecer a retenção de talentos

O recrutamento interno é uma forma de manter aqueles talentos que querem crescer em suas carreiras e experimentar outros cargos. Empresas que não dão chance ao desenvolvimento profissional de seus colaboradores acabam por perder bons funcionários, que não pretendem ficar na mesma função sem perspectivas de inovação.

Fortalecer a marca empregadora da instituição

Empresas com o costume de realizar recrutamento interno de tempos em tempos fortalecem, até mesmo, sua imagem no mercado. Os profissionais, muitas vezes, ficarão interessados em se candidatar para suas seleções externas, pois veem a chance de crescer na carreira dentro da organização.

Economizar tempo e dinheiro com a contratação

O recrutamento interno não precisa das mesmas etapas compostas pelo recrutamento externo. Não será necessário, por exemplo, investir tempo e dinheiro na divulgação externa e na coleta de currículos. Assim, o processo ocorre em um período menor, de forma a obter resultados com mais agilidade.

Como a tecnologia pode auxiliar no recrutamento interno de uma empresa?

Além de todos esses benefícios, vale lembrar de uma grande vantagem da atualidade: os recursos tecnológicos. Quando o RH utiliza a ajuda da tecnologia para compor seu banco de dados interno, com todas as informações sobre os funcionários devidamente atualizadas, é possível identificar aqueles que estão mudando de direção ou se especializando ainda mais na função.

Com o auxílio de um sistema de RH eficiente, será possível realizar recrutamentos internos com mais eficiência, otimizar e reduzir etapas, além de alocar os profissionais nas funções mais adequadas. Essas medidas impactam imediata e positivamente na manutenção da cultura organizacional, além de formar equipes mais capacitadas e engajadas, com profissionais que alimentem os setores com novas ideias, produtividade elevada e alto desempenho.

Quais são as dificuldades e desafios do recrutamento interno?

Apesar desses benefícios, alguns problemas podem surgir durante o recrutamento interno. Por isso, é importante que o RH esteja preparado para agir antes que algo do tipo aconteça. Listamos a seguir os desafios mais comuns que acompanham esse processo. Dá uma olhada!

Disputa entre funcionários

Essa competição pode não ser tão saudável quanto deveria. Portanto, o responsável pelo recrutamento, junto com os líderes, deve ser sincero e informar aos candidatos que a trajetória do profissional dentro da empresa é que fará a maior diferença para que ele seja escolhido — e não o que ele começou a fazer a partir da abertura da vaga.

Liderança discordando do processo

Há casos em que o líder do setor não quer abrir mão de seu funcionário e se sente sabotado pelo RH, achando que será prejudicado caso o profissional seja aprovado.

Um bom líder precisa entender que a sua função é encaminhar seus liderados para que eles sejam melhores pessoas e profissionais, mesmo que isso custe “perder” seu funcionário para outro setor onde ele será mais feliz. Caso sua empresa tenha líderes com esse perfil, está na hora de preparar um treinamento interno para eles.

Desfalque no setor

A necessidade de cobrir o funcionário que saiu pode obrigar a empresa a realizar um recrutamento externo para preencher a vaga que abriu — o que, em tese, não se enquadra como uma economia total. Essa tática precisa ser calculada para que a posição aberta não exija muitos custos de recrutamento e que não seja um processo longo, para não afetar a produtividade do setor.

Custos com treinamento

Outra desvantagem é que a empresa poderá ter que gastar com treinamento e qualificação do empregado recrutado internamente, já que é possível que ele nunca tenha desempenhado a função proposta ou não tenha os conhecimentos técnicos e práticos necessários.

Nesse caso, é preciso pensar se a sua empresa está preparada para investir nisso — e se está apta a optar pelo recrutamento externo quando for realmente necessário.

Impactos na produtividade dos candidatos

Talvez, a produtividade dos interessados na vaga seja afetada pelo recrutamento interno, o que é compreensível já que parte do seu foco e dedicação estarão voltados para o processo. É preciso encontrar meios, portanto, para a seleção não prejudicar o seu negócio nem seus funcionários.

Além disso, é importante se lembrar de outro fator: você já conhece o desempenho do colaborador em sua função atual, mas não tem certeza se isso se manterá igual em um novo cargo. É claro que é possível obter alguns indícios, observando suas habilidades e competências e aplicando as etapas da seleção. No entanto, é importante prestar atenção nisso. Fazer comparações posteriormente não vai ser bom nem para a empresa nem para o funcionário.

Restrição do número de candidatos à vaga

É evidente que, em um processo interno, a empresa vai encontrar menos candidatos à vaga que em um processo externo. O recrutamento externo pode alcançar pessoas de toda a cidade, estado ou até de todo país, então são muito mais opções de currículo para se avaliar.

Os números reduzidos do recrutamento interno podem ter suas vantagens, como agilizar a seleção, por exemplo. No entanto, cada empresa precisa avaliar se isso vale a pena em seu momento atual.

Limitações na inovação e na criatividade da empresa

Em um recrutamento interno, a vaga será preenchida por um colaborador que já faz parte da empresa. Não haverá a chance, portanto, de trazer alguém com uma nova perspectiva, nova história e novas ideias para a organização.

É preciso tomar cuidado para não criar um conservadorismo na empresa, onde não há muita inovação e incentivo à criatividade. Talvez, uma ação interessante seja não optar sempre pelo recrutamento interno, para trazer pessoas novas eventualmente para a corporação.

Desmotivação de não selecionados

Após a seleção interna, é preciso ter alguns cuidados com os colaboradores que não conseguiram a nova vaga. Eles podem estar frustrados e desmotivados, então é importante buscar meios de animá-los e incentivá-los a tentar de novo na próxima. A empresa precisa ter muita atenção à sua abordagem com esses funcionários, para que não se sintam desvalorizados por ela. Isso pode até fazê-los querer desistir da organização.

Além disso, é importante lembrar de que podem haver conflitos internos entre os colaboradores que disputam a mesma vaga. Pode ser gerada uma competitividade negativa, sensação de favoritismo sobre o selecionado e até estranhamento com o setor de RH que realizou o processo. Assim, é fundamental pensar em como evitar esses problemas que atrapalham tanto o clima organizacional.

Como o recrutamento pode estimular e motivar grandes talentos?

É importante frisar que o recrutamento interno é muito comum e válido quando existe um número grande de funcionários na corporação e poucas vagas. O processo motiva e valoriza bons profissionais, que estão se sentindo desanimados ou simplesmente querem tentar novos desafios. Muitos deles acabam descobrindo um talento em determinada área, fazendo com que procurem se qualificar nela, por exemplo.

Antes de decidir qual é a melhor forma de recrutamento, seja externo ou interno, verifique se há condições de fazer isso na empresa, se o número de funcionários em um setor não ficará desfalcado demais e se é possível investir no treinamento desse profissional para um trabalho com qualidade.

Um bom planejamento de recrutamento interno, em conjunto com a seleção externa, são formas eficazes de retenção de talentos nas empresas e devem estar contidas em sua política interna. Bons profissionais são atraídos por empresas que investem em seus talentos e são motivados diariamente a se tornarem profissionais melhores.

Além disso, o recrutamento interno é capaz de manter alinhados os interesses do negócio por meio de uma seleção qualificada de funcionários, que agregarão ainda mais conhecimento, motivação e engajamento aos setores.

Podemos concluir que esse modelo pode sim ser uma boa alternativa e não deve ser uma ideia descartada. No entanto, a empresa precisa avaliar a forma como realiza o processo e como lida com os funcionários, tomando cuidado para não gerar situações desconfortáveis.

Também, é preciso ter equilíbrio e não eliminar os recrutamentos externos, pois eles também são importantes, mesmo com sua maior quantidade de demandas. O indicado é avaliar o momento em que a empresa se encontra, seus recursos, disponibilidade, seu quadro de funcionários e o perfil da vaga em si, para tomar a decisão sobre qual modelo usar. De modo geral, podemos dizer que o recrutamento interno é uma alternativa muito válida em muitas situações, desde que se saiba utilizá-lo.

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